sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Mito da Caverna: Essência e Aparência

O Mito da Caverna é uma metáfora do homem no mundo, principalmente no que se refere à importância do conhecimento filosófico e à educação como modo de superação da ignorância, ou seja, a mudança gradativa do senso comum enquanto visão de mundo e explicação da realidade para o conhecimento filosófico, que é racional, organizado e sistemático, que busca respostas na causalidade.

Através no Mito da Caverna, Platão distingue aparência e essência (realidade). É necessário saber distinguir a essência da aparência, ou seja, obter a consciência. O primeiro passo é o conhecimento de dois domínios: o domínio das coisas sensíveis (eikasia e pístis) e o domínio das idéias (diánoia e nóesis). Para Platão, a realidade está nas idéias, no mundo real e verdadeiro, e hoje o homem vive no mundo da ignorância, apenas nas coisas sensíveis, ou seja, o homem vive no mundo das aparências e não da essência.

No Mito da Caverna, os prisioneiros imaginam estar vendo a realidade, quando um deles consegue sair e de fato ver a realidade através das idéias e não apenas das sensações. E poderia optar e não voltar e viver na realidade, “sozinho”. No entanto, se decidir contar aos prisioneiros, que permaneceram na caverna, que o que eles ouvem e vêem não é a legítima e verdadeira, realidade, por certo não o acreditariam eles e acabariam por zombar do primeiro. E, se porventura alguém tentasse libertar os prisioneiros e trazê-los à luz do verdadeiro mundo, isso também poderia custar-lhes a vida. Porém quem está vivendo na mentira são os próprios prisioneiros que não acreditam na realidade e acabam por matar este que usou das idéias para ter o seu parecer e de fato descobrir a essência (realidade).

Muitas vezes vivemos fechados, apenas visualizando e sentindo, nos fechamos para as idéias e só conseguimos enxergar as aparências. Quando abrimos a mente e de fato vamos em busca da realidade através das idéias e dos pensamentos, deixamos de ser enganados por nós mesmos.

A aparência é a primeira impressão que temos de algo, é a casca, é o que “vemos”, é o que sentimos, geralmente acreditamos que as coisas são como nos parecem, mas não raramente acabamos nos decepcionando quando descobrimos que a realidade não era como nós a víamos, é neste ponto que percebemos que as coisas não são apenas o que parecem, mas tem uma essência, elas têm uma realidade.

Vamos sair da caverna e caminhar para o real, diferenciar a essência da aparência.

Bianca Ibanhes P. Romano

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