Todas as
organizações buscam hoje a sua sustentabilidade. Quando falamos em
sustentabilidade, falamos em Gestão de Qualidade, Gestão de Responsabilidade
Social, Gestão Ambiental, e Gestão de saúde e segurança no trabalho, além da
Sustentabilidade Econômica. No entanto,
sabemos que, para que isso ocorra precisamos de pessoas, precisamos de
colaboradores, que atendam e que principalmente, trabalhem e colaborem para que
a sustentabilidade corporativa de fato ocorra., precisamos portanto, da Gestão
de pessoas.
Organizações
muitas vezes estão mais preocupadas nos investimentos com a área ambiental, com
projetos sociais, e se esquecem de que não estão investindo no Gerenciamento de
quem realmente pode transformar a empresa.
Esse
gerenciamento e essa preocupação com o gerenciamento dessas pessoas poderá
ocorrer de formas distintas, dependendo muito da cultura organizacional. Muitos
estudiosos definem a cultura organizacional.
Segundo eles, Cultura:
·
seria “reunião
de tudo o que faz a vida da empresa, uma maneira diferente de designar um
sistema informal generalizado, ‘irracional’ e, talvez, profundamente subjetivo
ou inconsciente”.
·
pode ser definida como “conjunto de evidências
ou um conjunto de postulados compartilhados pelos membros da organização,
dirigentes e empregados”.
·
podemos encontrar valores, costumes, signos,
símbolos.
·
não precisa ser homogênea.
·
são representações mentais que ligam o material
ao imaterial.
·
É organizada, sustentada e mantida por elementos
constitutivos indispensáveis e universais.
Enfim, cultura
organizacional pode ter diversos entendimentos e definições, no entanto, podemos
dizer que ela é formada por seus valores éticos e morais, princípios, crenças,
políticas internas e externas, sistemas, e clima organizacional.
Podemos citar
aqui alguns tipos de culturas organizacionais:
·
Cultura de separação: em que a empresa se
separa em duas partes, a primeira com os que dirigem, que decidem, que tem o
poder. O segundo dos que obedecem, se calam e não dão opinião, simplesmente
aceitam. O empregado é considerado um meio de produção que é preciso vigiar o
tempo todo para que ele valha o salário que recebe. O clima predominante neste
tipo de cultura é o de desmobilização, desmotivação e raiva.
·
Cultura do Passado: apresenta-se sob a
forma nostálgica de um estado passado, caracterizado por uma convivência
generalizada e por uma transformação dolorosa. Clima de que sempre era melhor.
Com o antigo, os empregados eram mais motivados. Vivem do que já ocorreu.
·
Cultura Artificial: seria a “boa”
cultura, que na realidade possui um verniz cultural, um livro de cabeceira e
fica apenas nas palavras, mitos, e ritos, sem contar com uma identidade
própria.
Nessas diferentes culturas, temos
diferentes gerentes que podem ou não aproximar o empregado. Gerenciar é organizar,
planejar e executar atividades que facilitem o processo de trabalho. Ser
gerente significa “obter resultados com pessoas e com inovação”.
O gerente junto com sua equipe é
responsável pelas metas, para que sejam atingidas. Ele é responsável pela
relação com as pessoas, e pelo desenvolvimento técnico e pessoal das mesmas.
O gerente precisa ser antes de tudo um
líder, que possa gerenciar mudanças, que possua boa comunicação, que saiba
trabalhar em equipe, que tenha foco em resultados, que planejam e organizam.
Precisamos sempre DESENVOLVER o gerente.
Desenvolver o gerente influencia e é influenciado pelo clima e pela cultura da
organização.
Desenvolvimento é prioridade no processo
empresarial, mas é algo individual. No desenvolvimento devem-se levar em conta
os valos éticos e espirituais. O desenvolvimento Gerencial é um
autodesenvolvimento. É necessário desenvolver pessoas da sua área. Deve-se descentralizar
afinal isso é fundamental.
Um bom gerente, um bom líder, deve
principalmente ser um bom comunicador, fazer bom uso das palavras.
Quando uma pessoa toma a palavra, tenta
exprimir e comunicar a imagem de si mesma, procura fazer reconhecer essa imagem
por outra pessoa, a qual se torna assim um recurso indispensável ao
reconhecimento de sua identidade.
A palavra dita conscientemente é apenas
a parte aparente, se corretamente interpretada, podemos descobrir a nossa outra
parte, nosso outro eu.
É através da fala que podemos conquistar
a amizade e compreensão do outro, ou ainda podemos conquistar uma inimizade. É
através da fala que vamos influenciar atitudes e comportamentos. Para isso um
bom gerente tem que saber se comunicar, para se tornar um bom líder. Ideias
sobre o processo podem ser discutidas e argumentadas entre gerente e empregados
de modo a ter um maior desenvolvimento da empresa e consequentemente uma maior
sustentabilidade da mesma. Boas ideias surgem em bons diálogos.
Os gerentes mais eficazes têm uma forma
especial de falar. Adotam determinados tipos de postura, modo de agir e até
mesmo tom de voz. Dirigem-se as pessoas com autoridade e com empatia, não é nem
o “amigão” nem o “chefão”. É exigente, impõe disciplina e demonstra paciência.
O gerente tem que ser claro, na sua fala deve ter clareza no diálogo, de modo,
que não haja dupla restrição, ou seja, contraditório, sem saber ao certo o que
quer.
Muitas vezes ocorre a anulação, quando
pessoas de níveis hierárquicos superiores dotam procedimentos de anulação da
comunicação, fazendo uso de contradições, incoerências, frases inacabadas, comunicação
por código, de modo que a pessoa que esteja ouvindo de nível hierárquico
inferior não consiga compreender.
Vale lembrar que a comunicação se dá
através dos indivíduos, os quais interagem dentro da empresa, consolidando a
cultura organizacional. As pessoas comunicam sua cultura através de seus
hábitos, suas atitudes e até pelas vestimentas que usam no trabalho. Elas estão
o tempo todo demonstrando seus valores pelo olhar, pelos gestos, pela escrita
e, também, através do ambiente físico, o qual reflete o orgulho que a
organização tem de si própria.
Concluindo, uma empresa para ter um bom
ambiente, um bom desenvolvimento e uma boa sustentabilidade precisa de uma boa
comunicação, que influi diretamente na cultura organizacional e
consequentemente, nos tipos de gerentes que terá. Tendo bons gerentes que
saibam desenvolver pessoas da mesma área, teremos bons resultados.
Trabalhei em empresas de diferentes
tipos de cultura organizacional, e consequentemente com falas diferentes e
resultados diferentes. Mais recentemente, trabalhei em uma empresa com cultura
de separação, onde apenas o dono da empresa decidia sem ao menos ouvir opinião
de quem estava ali com ele. Empresa que não tinha de fato um empenho dos
funcionários, empresa essa com 10 funcionários, dos quais quatro eram
diretores. Muita hierarquia e pouca comunicação. Na realidade, pelas empresas que já trabalhei
acredito que a cultura predominante de fato é a de separação, acredito ainda
que o diálogo não é o forte dos gerentes, e que o Feedback é de extrema
importância para uma empresa, esse feedback deve ser de mão dupla, pois nem
sempre o gestor consegue visualizar seu setor com a visão do seu “subordinado”.