domingo, 15 de julho de 2012

Fala, cultura organizacional, desenvolvimento do gerente: necessários para obtenção de bons resultados e para alcançar a sustentabilidade organizacional


Todas as organizações buscam hoje a sua sustentabilidade. Quando falamos em sustentabilidade, falamos em Gestão de Qualidade, Gestão de Responsabilidade Social, Gestão Ambiental, e Gestão de saúde e segurança no trabalho, além da Sustentabilidade Econômica.  No entanto, sabemos que, para que isso ocorra precisamos de pessoas, precisamos de colaboradores, que atendam e que principalmente, trabalhem e colaborem para que a sustentabilidade corporativa de fato ocorra., precisamos portanto, da Gestão de pessoas.
Organizações muitas vezes estão mais preocupadas nos investimentos com a área ambiental, com projetos sociais, e se esquecem de que não estão investindo no Gerenciamento de quem realmente pode transformar a empresa.
Esse gerenciamento e essa preocupação com o gerenciamento dessas pessoas poderá ocorrer de formas distintas, dependendo muito da cultura organizacional. Muitos estudiosos definem a cultura organizacional.
Segundo eles, Cultura:
·          seria “reunião de tudo o que faz a vida da empresa, uma maneira diferente de designar um sistema informal generalizado, ‘irracional’ e, talvez, profundamente subjetivo ou inconsciente”. 
·         pode ser definida como “conjunto de evidências ou um conjunto de postulados compartilhados pelos membros da organização, dirigentes e empregados”.
·         podemos encontrar valores, costumes, signos, símbolos.
·         não precisa ser homogênea.
·         são representações mentais que ligam o material ao imaterial.
·         É organizada, sustentada e mantida por elementos constitutivos indispensáveis e universais.
Enfim, cultura organizacional pode ter diversos entendimentos e definições, no entanto, podemos dizer que ela é formada por seus valores éticos e morais, princípios, crenças, políticas internas e externas, sistemas, e clima organizacional.
Podemos citar aqui alguns tipos de culturas organizacionais:
·         Cultura de separação: em que a empresa se separa em duas partes, a primeira com os que dirigem, que decidem, que tem o poder. O segundo dos que obedecem, se calam e não dão opinião, simplesmente aceitam. O empregado é considerado um meio de produção que é preciso vigiar o tempo todo para que ele valha o salário que recebe. O clima predominante neste tipo de cultura é o de desmobilização, desmotivação e raiva.
·         Cultura do Passado: apresenta-se sob a forma nostálgica de um estado passado, caracterizado por uma convivência generalizada e por uma transformação dolorosa. Clima de que sempre era melhor. Com o antigo, os empregados eram mais motivados. Vivem do que já ocorreu.
·         Cultura Artificial: seria a “boa” cultura, que na realidade possui um verniz cultural, um livro de cabeceira e fica apenas nas palavras, mitos, e ritos, sem contar com uma identidade própria.
Nessas diferentes culturas, temos diferentes gerentes que podem ou não aproximar o empregado. Gerenciar é organizar, planejar e executar atividades que facilitem o processo de trabalho. Ser gerente significa “obter resultados com pessoas e com inovação”.
O gerente junto com sua equipe é responsável pelas metas, para que sejam atingidas. Ele é responsável pela relação com as pessoas, e pelo desenvolvimento técnico e pessoal das mesmas.
O gerente precisa ser antes de tudo um líder, que possa gerenciar mudanças, que possua boa comunicação, que saiba trabalhar em equipe, que tenha foco em resultados, que planejam e organizam.
Precisamos sempre DESENVOLVER o gerente. Desenvolver o gerente influencia e é influenciado pelo clima e pela cultura da organização.
Desenvolvimento é prioridade no processo empresarial, mas é algo individual. No desenvolvimento devem-se levar em conta os valos éticos e espirituais. O desenvolvimento Gerencial é um autodesenvolvimento. É necessário desenvolver pessoas da sua área. Deve-se descentralizar afinal isso é fundamental.
Um bom gerente, um bom líder, deve principalmente ser um bom comunicador, fazer bom uso das palavras.
Quando uma pessoa toma a palavra, tenta exprimir e comunicar a imagem de si mesma, procura fazer reconhecer essa imagem por outra pessoa, a qual se torna assim um recurso indispensável ao reconhecimento de sua identidade.
A palavra dita conscientemente é apenas a parte aparente, se corretamente interpretada, podemos descobrir a nossa outra parte, nosso outro eu.
É através da fala que podemos conquistar a amizade e compreensão do outro, ou ainda podemos conquistar uma inimizade. É através da fala que vamos influenciar atitudes e comportamentos. Para isso um bom gerente tem que saber se comunicar, para se tornar um bom líder. Ideias sobre o processo podem ser discutidas e argumentadas entre gerente e empregados de modo a ter um maior desenvolvimento da empresa e consequentemente uma maior sustentabilidade da mesma. Boas ideias surgem em bons diálogos.
Os gerentes mais eficazes têm uma forma especial de falar. Adotam determinados tipos de postura, modo de agir e até mesmo tom de voz. Dirigem-se as pessoas com autoridade e com empatia, não é nem o “amigão” nem o “chefão”. É exigente, impõe disciplina e demonstra paciência. O gerente tem que ser claro, na sua fala deve ter clareza no diálogo, de modo, que não haja dupla restrição, ou seja, contraditório, sem saber ao certo o que quer.
Muitas vezes ocorre a anulação, quando pessoas de níveis hierárquicos superiores dotam procedimentos de anulação da comunicação, fazendo uso de contradições, incoerências, frases inacabadas, comunicação por código, de modo que a pessoa que esteja ouvindo de nível hierárquico inferior não consiga compreender.
Vale lembrar que a comunicação se dá através dos indivíduos, os quais interagem dentro da empresa, consolidando a cultura organizacional. As pessoas comunicam sua cultura através de seus hábitos, suas atitudes e até pelas vestimentas que usam no trabalho. Elas estão o tempo todo demonstrando seus valores pelo olhar, pelos gestos, pela escrita e, também, através do ambiente físico, o qual reflete o orgulho que a organização tem de si própria.
Concluindo, uma empresa para ter um bom ambiente, um bom desenvolvimento e uma boa sustentabilidade precisa de uma boa comunicação, que influi diretamente na cultura organizacional e consequentemente, nos tipos de gerentes que terá. Tendo bons gerentes que saibam desenvolver pessoas da mesma área, teremos bons resultados.
Trabalhei em empresas de diferentes tipos de cultura organizacional, e consequentemente com falas diferentes e resultados diferentes. Mais recentemente, trabalhei em uma empresa com cultura de separação, onde apenas o dono da empresa decidia sem ao menos ouvir opinião de quem estava ali com ele. Empresa que não tinha de fato um empenho dos funcionários, empresa essa com 10 funcionários, dos quais quatro eram diretores. Muita hierarquia e pouca comunicação.  Na realidade, pelas empresas que já trabalhei acredito que a cultura predominante de fato é a de separação, acredito ainda que o diálogo não é o forte dos gerentes, e que o Feedback é de extrema importância para uma empresa, esse feedback deve ser de mão dupla, pois nem sempre o gestor consegue visualizar seu setor com a visão do seu “subordinado”.




Nenhum comentário:

Postar um comentário